Desde que começou a
quarentena uma sensação estranha está a invadir meu coração, meus pensamentos e
sentimentos. É como se a vida tivesse ficado também suspensa, mesmo
trabalhando, bem menos é verdade, fazendo cursos, tudo online e diversas
atividades dentro da minha casa; os dias e as horas não seguem o mesmo ritmo,
as vezes escorrem entre os dígitos do relógio e quando menos se espera já é
tarde da noite, outros se arrastam e olho mais de uma vez para o relógio com a
sensação que há uma hora atrás eu vi os ponteiros iguais, sim já fui até
verificar se o relógio da sala estava com corda. E em todos os casos o
sentimento é o mesmo, os dias estão estranhos. E entre conversas com pessoas
amigas percebo que o sentimento é o mesmo, confesso que isso alivia um pouco,
sinal que não estou sozinha nisso.
Mas e para onde vão esses
minutos, essas horas, as vezes dias, em que parece, não conseguimos fazer nada,
uma sensação do nada, do vácuo? É como se estivéssemos suspensos no relógio do
tempo. Qual o recado do Universo que não
estamos conseguindo perceber? Nesse momento de recolhimento parece que as
perguntas aumentaram em vez das respostas que poderia ser mais lógico uma vez
que paramos de correr tanto e temos a oportunidade de nos escutar. Mas penso
que a resposta está exatamente aí, quanto mais perguntas, mais vida. O momento
que deixamos de questionar, de perguntar, é o momento que cessa a necessidade
de estar vivo, de querer percorrer novos conhecimentos, novas experiências.
É preciso aprender a soltar o tempo e deixar
as perguntas chegarem, as respostas no tempo certo chegam, ou não, mas o
importante é não desistir de questionar.
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