Aos poucos as pessoas começam a se aventurar, viajar, passear, se abraçar, viver. Para mim, ainda tem algo que não se encaixa. Até ontem, devíamos nos cuidar, e agora não precisamos mais ter prudência, nem usar máscara, nem lavar as compras do mercado. Isso é um tanto estranho pra mim. Passados 6 meses de relativo isolamento, cuidados e introspecção, chegou a primavera e com ela "todos ficaram livres". Mas a vacina não está disponível ainda. Não há consenso sobre tratamento. Para que tanta "coragem" para deixar para lá uma pandemia que ainda não foi encerrada? Não sei, é muito estranho, muito mesmo… eu, cá no meu canto, vou aguardar um pouco mais… Saio claro, sempre que necessário, estou na Matrix, tenho que trabalhar, mas fico com os ensinamentos da história. A última pandemia durou 2 anos… se nada acontecer de novo com a ciência, nenhuma descoberta, então serão 2 anos. Mas a ciência avança, então pode ser que dure um pouco menos... Sigo tentando ter paciência.
Poucos na quarentena, ou no tão conhecido isolamento social imposto pela pandemia, realmente ficaram isolados. Sem sair, sem fazer o que sempre fizeram... mas os que fizeram, tiveram uma grande oportunidade, de reflexão, de rever, repensar tudo a sua volta. Sempre envolvidos com o mercado global, às vezes esquecemos de olhar para dentro de nós e para as questões da nossa tão querida terra. Para mim, esse tempo, embora eu não tenha parado de trabalhar, pois tenho meu escritório na minha casa há muitos anos, o silêncio dos eventos sociais, as reuniões de família, os compromissos externos, as frequentes saídas para compras, favoreceram a reflexão e o silêncio. Inicialmente ficamos apreensivos, depois estressados, muitas vezes indignados que somente poucos cumpriam o distanciamento, que havia um inimigo que não conseguimos ver, que a ciência estava sendo ignorada... Agora tudo voltando “ao normal”, depois de muitas famílias perderem pessoas queridas, negócios falidos, crianças dependentes